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terça-feira, 16 de agosto de 2022

* PEDRO *

 

Naquela mesma via que dava pra uma rua sem o devido tratamento, assim como o corpo de toda gente que se faz desprotegida no mundo, nestes encontros que brotam incessantemente. Dois carros haviam colidido bruscamente. Em um deles, uma ambulância as pressas, ao prumo de seu destino. 


Apesar de toda sorte de abutre que se amontoava, tudo parecia razoavelmente bem. O motorista do carro não havia se machucado, bem como os funcionários da ambulância, e Pedro, o menino. 


Olhara como de relance um fotógrafo de jornal à figura, a criança ainda aflita aos olhos da mãe, um ser humano de nome, a desembocar neste asilo de loucos. Pedro, como pedra, a arrancar o asfalto barroso e cravar no dia de seu rebento as marcas da vida, o choro, o leite e o pedido da mãe. 


Pedro, olhando bem, fazia-se assim como símbolo, como rocha que tomba e no nome evoca o poder de uma tradição. 


O fotógrafo recolheu-se, não batera a foto, lembrara de tantas Marias e Joões, de tanta gente que apesar de brotar como formiga, nos enche em translado. Um nome, uma pessoa, tudo isto, neste momento só queria o presente.


16/08/2022

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