Nos labirintos da vida , corre o menino
Naqueles tempos de outrora, tece o agora
Pula muros, escombros , ri do acaso
O despropósito
Faz-se gente em terra de homens
Onde a alma, desde cedo, já lhe apontava o norte
Do sistema, da técnica e da volatilidade das relações
Atenta-se com esmero as engrenagens, para que assim não se torne uma
Homem, talvez a letra dos livros de outros homens, de mestres, te salve
Talvez a história, e seu estudo, a relação com o sagrado
Talvez a tua última utopia,cravada em letras escritas a sangue
E tua fé mais sincera, a tua devoção e sacrifício
Te levem a teu instante derradeiro, ao teu deserto pessoal
Menino!
Menino-SOL!
Mas não te esqueças jamais, Menino-SOL!
Do teu sorriso sereno e do teu amor puro
O sol incandescente a brilhar bem dentro de teu peito
Que a memória sempre te seja uma possibilidade de acalanto
E que o fim sempre te seja um meio para recomeçar
24/12/2021
“Como é lá?
Quão solitário é?
Ainda é vermelho ao pôr do sol?
Os pássaros continuam cantando no caminho para a floresta?
Podes receber a carta que não ousei enviar?
Posso transmitir a confissão que não ousei fazer?
O tempo passará e as rosas desaparecerão?
Agora é hora de dizer adeus.
Como o vento que permanece e depois vai, exatamente como as sombras.
Para as promessas nunca cumpridas, para o amor mantido até o fim.
Para a grama beijando meus tornozelos cansados.
E para os pequenos passos que me seguem.
É hora de dizer adeus.
Agora, como a escuridão cai, uma vela será acesa novamente?
Aqui eu rezo para que ninguém chore e para que saiba o quanto te amei.
A longa espera no meio de um dia quente de verão.
Um velho pensamento me lembra o rosto do meu pai.
Mesmo a solitária flor selvagem timidamente afasta-se.
Quão profundamente amei.
Como meu coração acelerou ao ouvir sua débil canção.
Eu te abençoo.
Antes de cruzar o rio negro
com o último suspiro da minha alma
começo a sonhar com a manhã de sol brilhante.
Outra vez desperto, ofuscado pela luz
e o encontro esperando por mim. "