Olinda
Noite
Ó linda...
Felina...
Passa como um vulto
Cruzando o meu caminho
Porque?
Olinda
Teus paralelepípedos forrando o piso brilhante a luz da lua
Meus passos apressados
Ó linda...
Onde fostes? Sinto teu cheiro de fera no cio, correstes porque?
Olinda...
Um beco
Medo
A respiração trava
Ladeiras
Ruas estreitas
Quatro cantos
Um poste, duas luzes acesas no breu
Teus olhos
É tu!
Ó Linda!
Se aproxima devagar, como quem sabe o que quer
Mas teus olhos parecem-me doces
Eu noto
E tu parece que sentes
Passas ao meu lado,se esfrega em minha perna
Tento tocar-te
E num salto tu deixas apenas o rastro
No ar
Olinda
Uma bebida
Um desconhecido a cumprimentar
Um banco
Um suspiro
Uma igreja de paredes desbotadas
Uma prece
Dez árvores, parecem mil
Um som de flauta ao fundo anuncia
Tu vens, eu penso
Teu nome
Luíza
Eu lembro
Silêncio...
Mais nada...
É o tempo, é o vento...
É um beijo!
02/03/2015
"Lembre-se de Da Vinci. Artista, inventor, escultor, naturalista. Itália, século quinze. Redescobriu a perfeição do retângulo dourado...e o desenhou em suas obras primas. Conectando uma curva através dos retângulos dourados concêntricos, você obtém a mítica espiral dourada. Pitágoras amou esta forma, porque a encontrou na natureza: A concha de nautilus, chifres de carneiro, redemoinhos de água, tornados, nossas impressões digitais, nosso DNA e nossa Via Láctea, inclusive."
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segunda-feira, 2 de março de 2015
* Ser *
Cá dentro de mim
Cá dentro deste fragmento temporal
Cá dentro desta memória,daquilo que me é íntimo
Partícula, em meio a vastidão universal
Testemunho o tudo e o nada
Ainda que pareçam só palavras,desconfio
Cá dentro deste fragmento temporal
Cá dentro desta memória,daquilo que me é íntimo
Partícula, em meio a vastidão universal
Testemunho o tudo e o nada
Ainda que pareçam só palavras,desconfio
Sinto...
A dor
O amor
O amor
O Tudo, espelho da natureza mãe ,que vibra e emana fluidez
O Nada, abismo insondável em que me jogo, as vezes até a procura de garantias
O Nada, abismo insondável em que me jogo, as vezes até a procura de garantias
Surjo então...
Abduzido por uma força centrípeta, e eu rodopio apenas, num liquidificador de emoções
É como num passeio veloz, onde se vê os rastros de luz
E os sons pipocam,visitando-me de todas as direções...
Uma sinfonia talvez,quem dera ser
Para mim é como se fosse , e nada mais parece importar
Apesar disso,uma busca parece se seguir
Abduzido por uma força centrípeta, e eu rodopio apenas, num liquidificador de emoções
É como num passeio veloz, onde se vê os rastros de luz
E os sons pipocam,visitando-me de todas as direções...
Uma sinfonia talvez,quem dera ser
Para mim é como se fosse , e nada mais parece importar
Apesar disso,uma busca parece se seguir
Voo, como uma pena levemente revolta em um vendaval
Vago as constelações, e entre elas ,lá estão as três Marias,tão simetricamente alinhadas.
Agora sinto que posso apalpa-las
sim...
Vago as constelações, e entre elas ,lá estão as três Marias,tão simetricamente alinhadas.
Agora sinto que posso apalpa-las
sim...
E cá dentro meu ser parece explodir, como um turbilhão que vaza por cada um de meus poros
É um fluxo tão arrebatador que seria inútil arranjar referências
De dentro pra fora, ou de fora pra dentro... Também não me importa
Não há espaço nem tempo
Inexisto enquanto indivíduo
É um fluxo tão arrebatador que seria inútil arranjar referências
De dentro pra fora, ou de fora pra dentro... Também não me importa
Não há espaço nem tempo
Inexisto enquanto indivíduo
Uma quebra se manifesta,aterriso...
Gotas de vinho caem sobre minhas vestes
Desabotoou a camisa, jogo ao chão
Tomo o último gole daquela garrafa
Sinto a brisa refrescar meu peito,meu corpo
Mas por instantes esqueço-me novamente de mim
Transfiguro-me na brisa, no esgotamento
Não tenho nome
Não sou um ser
Acredito nisto:
Uma noite, a eternidade
Gotas de vinho caem sobre minhas vestes
Desabotoou a camisa, jogo ao chão
Tomo o último gole daquela garrafa
Sinto a brisa refrescar meu peito,meu corpo
Mas por instantes esqueço-me novamente de mim
Transfiguro-me na brisa, no esgotamento
Não tenho nome
Não sou um ser
Acredito nisto:
Uma noite, a eternidade
01/03/2015
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