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domingo, 1 de maio de 2022

* PEGUE UM DELÍRIO E CHAME DE SEU *

 Nos dias de meus sincericídios 

Retorço-me todo e me apanho destas minhas garras 

Os órgãos e o sangue fervente, borbulham, deixo a cuidado dos corvos 

Sigo na névoa 

Os passos me doem 

Na medida, a ausência da gravidade 

Se faz sentida

Vestido em meu uniforme 

Desço ao breu 

Dezenas de cães espreitam-me a ladrar 

Exibem seus dentes e a espuma que goteja de suas bocas 

Não me alcançam

Eu os possuo 

Tenho parte dos cães e das feras 

Nem mesmo que mostrem os dentes e se mantenham inertes

Lembro-me da cor da cor rubra de meu uniforme

E da cor dos olhos daquelas criaturas 

Ali mesmo então, estonteado 

Me pegada agora, de súbito 

A uniformidade se fizera presente, a se alardear em cor, em cheiro, ação, e toda a magnitude 

Era bestial! 


30/05/2022

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