Nos dias de meus sincericídios
Retorço-me todo e me apanho destas minhas garras
Os órgãos e o sangue fervente, borbulham, deixo a cuidado dos corvos
Sigo na névoa
Os passos me doem
Na medida, a ausência da gravidade
Se faz sentida
Vestido em meu uniforme
Desço ao breu
Dezenas de cães espreitam-me a ladrar
Exibem seus dentes e a espuma que goteja de suas bocas
Não me alcançam
Eu os possuo
Tenho parte dos cães e das feras
Nem mesmo que mostrem os dentes e se mantenham inertes
Lembro-me da cor da cor rubra de meu uniforme
E da cor dos olhos daquelas criaturas
Ali mesmo então, estonteado
Me pegada agora, de súbito
A uniformidade se fizera presente, a se alardear em cor, em cheiro, ação, e toda a magnitude
Era bestial!
30/05/2022
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