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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

* Antropofágica *

 


Corpos nas sacadas 

Vestes nas calçadas


Os passos trocados 

E os labirintos famintos do ser 

Anseiam libertinagens 

Inquietos amantes 

Bebericando taças de vivido sangue 

A lua entoa uma marcha fúnebre 

Enquanto tremeluzentes pontos palpitam 

A poética noturna


A hora, há muito esquecida, 

Sugere ao agora um rito antropofágico


As gotas , em sal , a escorrer


A embriaguez 

Os instintos da pele não fazem morada 

No solo da razão 

Os instintos da pele não fazem morada 

No solo da razão 

Os instintos da pele não fazem morada 

No solo da razão 

Tua pele perdoa a minha no momento em 

Que sinto o toque de nossas almas 

Matilha de lobos dançando ao centro da mata 

O uivo da besta convida-nos a um último ato 

E tu te agarras e eu me agarro ao chamado 

Ao salto por cima dos silenciosos lares


Costuramos , em delírio e ao nosso modo, a tela sombria do sono


A cobrir os nossos corpos,  os nossos corpos.


30/03/2020

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