Olinda
Noite
Ó linda...
Felina...
Passa como um vulto
Cruzando o meu caminho
Porque?
Olinda
Teus paralelepípedos forrando o piso brilhante a luz da lua
Meus passos apressados
Ó linda...
Onde fostes? Sinto teu cheiro de fera no cio, correstes porque?
Olinda...
Um beco
Medo
A respiração trava
Ladeiras
Ruas estreitas
Quatro cantos
Um poste, duas luzes acesas no breu
Teus olhos
É tu!
Ó Linda!
Se aproxima devagar, como quem sabe o que quer
Mas teus olhos parecem-me doces
Eu noto
E tu parece que sentes
Passas ao meu lado,se esfrega em minha perna
Tento tocar-te
E num salto tu deixas apenas o rastro
No ar
Olinda
Uma bebida
Um desconhecido a cumprimentar
Um banco
Um suspiro
Uma igreja de paredes desbotadas
Uma prece
Dez árvores, parecem mil
Um som de flauta ao fundo anuncia
Tu vens, eu penso
Teu nome
Luíza
Eu lembro
Silêncio...
Mais nada...
É o tempo, é o vento...
É um beijo!
02/03/2015
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