Há algo de amedrontador nesse silêncio que bate repentinamente, uma espécie de calmaria transvestida que outrora desvela-se em caos. Sutilmente,assim mesmo, aos poucos...
Motoristas conduzindo seus veículos apressadamente,
na mais profunda solidão.
Ligam naquela mesma rádio de sempre
desejando escutar aquela velha canção que ,
como de costume, sempre lhes acalmam os nervos.
Seguranças mal encarados,trajados em suas fardinhas.
Guardiões de imensas estruturas de concreto
que abrigam os mais diversos tipos de senhores e senhoras.
Atividade exercida de forma cautelosa para com estranhos
que venham a surgir pelos arredores,exige responsabilidade desmedida.
Quanta insegurança deve abrigar a virilidade deste tipos?
Casais de namorados,
longe de dar um tom romântico a noite
e quebrar com esse efeito devastador,
fogem pelas ruas quase que aleatoriamente,
se perdendo em atalhos que traçam com suas mentes
pertubadas pelo temor da morte aparente.
Meninos órfãos,
acham-se donos de seus próprios destinos
e das ruas que habitam.
Herdeiros do ópio,
ironicamente enjaulados por essa sub-estrutura a que pertencem,
imposta pela mão maior que ,a princípio, sempre afaga.
Empunhando um canivete em suas mãos trêmulas,
eles anseiam sua própria justiça sangrenta de ódio
contra o primeiro que cruzarem.
Belas moças na esquina,
pontualmente aguardam a margem das estradas
o próximo parceiro odioso que lhes ofereça
uma boa quantia em dinheiro ou, a contragosto,
uma nova cicatriz marcada por uma surra violentamente cruel.
A noite,antes protagonista,se torna apenas um pretexto para o sutil reinado do medo,que se faz residência. Com o caminhar destas horas que se estendem,o inútil combate frente a própria morada mostra-se raramente,podendo até ser visto através de um simples fato que se repete.
Um mero cão vira-lata surge.
Erguendo-se e mirando em latidos a lua majestosa no céu,o animal
DENUNCIA A TODOS!
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